Berço da imigração europeia, o sul do país é destino de africanos e haitianos
“Quando eu saio na rua, guardo distância para não assustar as pessoas com a minha cor”, diz Abdoulahat “Billy” Njdai, imigrante senegalês. Billy e outros imigrantes que vieram da África e também do Haiti adquiriram a consciência do tom da pele negra quando chegaram no Rio Grande do Sul.
O Caminhos da Reportagem entrevistou imigrantes em Porto Alegre e na serra gaúcha (Caxias do Sul e Bento Gonçalves) que ficaram constrangidos, e alguns, deprimidos, por ver que o banco ao seu lado no ônibus está sempre vazio. Que o segurança da loja não sai de perto deles, que as pessoas não param para dar informação.
O estranhamento na região que recebeu os imigrantes italianos no final do século 19, começa na pele mais escura que a dos “morenos” brasileiros – como dizem os gaúchos, passa pelos hábitos culturais de falar alto, de vestir roupas muito coloridas, de rezar para Maomé até voltar para a cor da pele negra, muito negra.
Do lado dos descendentes de imigrantes italianos, a convivência com novos imigrantes tem sido um desafio diário. Desde pensar na possibilidade de ter uma filha se casando com um deles, como a jornalista Kamila Zatti e o imigrante senegalês Cheikh Mbacke Gueye até empregá-lo em sua cantina tradicional no centro de Caxias do Sul.
Ficha técnica
Reportagem, roteiro e edição: Bianca Vasconcellos
Produção: Aline Beckstein, Bianca Vasconcellos, Luana Ibelli e Thaís Rosa
Estagiário: Allan Correia
Imagens: João Barboza e Caio Araújo (auxiliar)
Edição de imagens e finalização: Maikon Nikken Matuyama, Rodger Kenzo
Apoio à edição de imagens: Álvaro Siqueira Fernandes e Karina Scarpa
Fotos: Bianca Vasconcellos
TV Brasil – Programa Caminhos da Reportagem