Referência fundamental latino-americana em educação, sustentabilidade e inclusão social, o filósofo colombiano Bernardo Toro palestrou, nesta quarta-feira (18), no almoço do Tá na Mesa, na Federasul. Diante de uma plateia lotada, formada por representantes do empresariado gaúcho, de instituições do Terceiro Setor e jornalistas, o reconhecido pensador falou por cerca de duas horas sobre as tendências e o futuro da América Latina, sobre o cuidado como paradigma da inversão de impacto e sobre o método de aprendizagem vigente. Toro veio a Porto Alegre para conhecer, durante um período de três dias (17 a 19 de novembro), o modelo de gestão e voluntariado da ONG Parceiros Voluntários que, segundo ele “é a organização mais importante do Brasil, por ser especializada em estratégias de cidadania”. Continue reading
A única autobiografia de uma pessoa escravizada no Brasil
Mais de 4 milhões de africanos, ou cerca de 40% de todos os escravos que foram obrigados a cruzar o Atlântico, desembarcaram no Brasil. Dessa multidão, praticamente não existe registros biográficos. A exceção leva o nome de Mahommah G. Baquaqua. Continue reading
Moção de Repúdio à Ignorância
“Como pode alguém ser homem de manhã e mulher à noite?”
Foi assim que alguns vereadores de Campinas, ao lançarem uma moção de repúdio a Simone de Beauvoir, interpretaram a frase objeto de questão do #Enem2015 de autoria da filósofa: “ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. Continue reading
A crise da dívida na Grécia
Se a Alemanha está em forte posição econômica, isso se deve ao fato de ter se beneficiado do perdão de seus vizinhos e dos EUA após a II Guerra Mundial. A União Europeia nasceu de esforços conjuntos, cujos ideais visavam a reconstrução, a solidariedade, o controle de armas, o intercâmbio de mercadorias e a recuperação do capitalismo frente à expansão do socialismo de Estado (a unificação da moeda pautou os debates somente nos anos 90).
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Diálogos com Zygmunt Bauman – Fronteiras do Pensamento
Bauman alerta, principalmente, para a urgência da reinvenção dos laços humanos. Entende-se, com ele, que as identidades tradicionais se dissolveram na efemeridade afetiva da modernidade líquida.
Orientados pela refinada visão de Bauman sobre a fluidez dos laços humanos, dos conceitos e dos saberes na contemporaneidade, definimos o desafio de pensar as novas identidades e as novas formas de saber. Continue reading
Os Corpos Dóceis (M. Foucault) e a Escola Municipal Campos Salles
Proporcionar aos nossos jovens um ensino de qualidade parece ser um grande desafio para os governantes. Quando falamos de estudantes de baixa renda, os problemas tornam-se ainda maiores. Devido às dificuldades com que a maioria deles convive no cotidiano, muitas vezes, o desestímulo acaba prevalecendo quando o assunto é frequência escolar. Muitos têm de abandonar os estudos para ajudar os pais, seja trabalhando para complementar a renda familiar ou cuidando dos irmãos enquanto os pais trabalham. Outros acabam se “atrasando”, sentindo-se deslocados em turmas de menor idade. Há ainda aqueles que preferem viver entre seus pares, brincando, jogando videogame, ou, quando pior, envolvendo-se em atividades consideradas ilícitas. Continue reading
‘Nós hipotecamos o futuro’, critica sociólogo polonês Zygmunt Bauman
Em agosto de 2011, uma revolta em Londres chamou a atenção do mundo. Sem liderança aparente ou qualquer tipo de exigência, jovens foram às ruas. Incendiaram e saquearam lojas, invadiram shopping centers e destruíram símbolos da sociedade de consumo que os excluía.
A questão era intrigante. O que levou essas pessoas a essas ações violentas? Embora compartilhassem o contexto de crise econômica e falta de oportunidades com aqueles que levaram a cabo os movimentos da Primavera Árabe, os jovens do Reino Unido não queriam transformar a ordem. Segundo Zygmunt Bauman, “foi uma revolta de consumidores desqualificados”. Eles queriam, na verdade, participar do sistema. O sociólogo viu naquela revolta o símbolo do momento em que vivemos. Continue reading