O sofisticado sentimento da amizade é tema de reflexão de grandes pensadores no decorrer da história. Muitos deles a apresentam como a verdadeira cura para os males humanos, devido ao aspecto harmonioso que pode proporcionar à interação social. Nesse sentido, pergunta-se, nos dias de hoje, como podemos definir o efeito curativo da amizade? Qual a relação desse sentimento com o progresso da vida em comunidade e com o avanço particular de seus indivíduos? Quais empecilhos a sociedade contemporânea deve enfrentar para estabelecer de fato relações mútuas de respeito que findem em uniões gratificantes de amizade? Continue reading
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Zygmunt Bauman: “As redes sociais são uma armadilha”
Ele é a voz dos menos favorecidos. O sociólogo denuncia a desigualdade e a queda da classe média. E avisa aos indignados que seu experimento pode ter vida curta.
Zygmunt Bauman acaba de completar 90 anos de idade e de tomar dois voos para ir da Inglaterra ao debate do qual participa em Burgos (Espanha). Está cansado, e admite logo ao começar a entrevista, mas se expressa com tanta calma quanto clareza. Sempre se estende, em cada explicação, porque detesta dar respostas simples a questões complexas. Desde que colocou, em 1999, sua ideia da “modernidade líquida” – uma etapa na qual tudo que era sólido se liquidificou, e em que “nossos acordos são temporários, passageiros, válidos apenas até novo aviso” –, Bauman se tornou uma figura de referência da Sociologia. Suas denúncias sobre a crescente desigualdade, sua análise do descrédito da política e sua visão nada idealista do que trouxe a revolução digital o transformaram também em um farol para o movimento global dos indignados, apesar de que não hesita em pontuar suas debilidades. Continue reading
Diálogos com Zygmunt Bauman – Fronteiras do Pensamento
Bauman alerta, principalmente, para a urgência da reinvenção dos laços humanos. Entende-se, com ele, que as identidades tradicionais se dissolveram na efemeridade afetiva da modernidade líquida.
Orientados pela refinada visão de Bauman sobre a fluidez dos laços humanos, dos conceitos e dos saberes na contemporaneidade, definimos o desafio de pensar as novas identidades e as novas formas de saber. Continue reading
‘Nós hipotecamos o futuro’, critica sociólogo polonês Zygmunt Bauman
Em agosto de 2011, uma revolta em Londres chamou a atenção do mundo. Sem liderança aparente ou qualquer tipo de exigência, jovens foram às ruas. Incendiaram e saquearam lojas, invadiram shopping centers e destruíram símbolos da sociedade de consumo que os excluía.
A questão era intrigante. O que levou essas pessoas a essas ações violentas? Embora compartilhassem o contexto de crise econômica e falta de oportunidades com aqueles que levaram a cabo os movimentos da Primavera Árabe, os jovens do Reino Unido não queriam transformar a ordem. Segundo Zygmunt Bauman, “foi uma revolta de consumidores desqualificados”. Eles queriam, na verdade, participar do sistema. O sociólogo viu naquela revolta o símbolo do momento em que vivemos. Continue reading